domingo, 28 de outubro de 2012



Angel François Rodrigues
A criação mais simples não demora menos do que 50 dias para ficar pronta

Sucatas se transformam em obras de arte nas mãos do francês Angel François Rodrigues. Aos 78 anos de idade, sendo 40 destes passados no Brasil, o artista atualmente passa a maior parte do seu tempo em sua oficina, localizada no bairro Pompeia. Ali, ele se dedica à minuciosa tarefa de criar instigantes esculturas dentro de garrafas de vidros. Cuidadosamente disposto em prateleiras de vidro, que ele mesmo confeccionou, seu acervo já conta com 612 “garrafas-obras”. 
A mais antiga, feita em 1952, é uma barca feita quando Rodrigues trabalhava na marinha francesa e estava ancorado num porto do continente africano. “Do navio onde estava, avistava o barco. Foi assim que fiz a miniatura”, lembra.
O trabalho exige não só talento, mas um olhar clínico para detectar o que pode ser aproveitado do lixo e, claro, muita paciência: a criação mais simples não demora menos do que 50 dias para ficar pronta. Já as consideradas “mais trabalhosas” podem levar até um ano para ser finalizadas. 
Aprimoramento
Com o passar dos anos, Rodrigues foi, naturalmente, aprimorando sua técnica, e hoje já é possível encontrar, por exemplo, obras como a “Cozinha Mineira”, toda iluminada, com direito a um fogão a lenha.
Outro destaque é um poste de iluminação – uma menção ao Viaduto de Santa Tereza. As engenhocas acendem por meio de fios ligados em pilhas e, no caso de um farol – que pisca –, de uma bateria. Até mesmo um violoncelo foi transformado em miniatura. 
Prudente, é o próprio Angel que se incumbe da tarefa de tirar as peças das prateleiras, para mostrá-las aos interessados ou simplesmente para fazer a limpeza.
Em meio ao seu arsenal, um olhar perscrutador flagra, ainda, as miniaturas das embarcações Nina, Pinta e Santa Maria, comandadas por Cristóvão Colombo.
Cumpre dizer: uma tarde inteira em sua oficina seria pouco para saber a história de cada uma das miniaturas. E tão bonito quanto o trabalho do francês é sua paixão pelo que faz. Ele não vende as peças, é somente para exposição ou para presentear amigos e familiares.


(Fonte : hojeemdia.com.br)



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